


Branqueamento de corais: morte nos oceanos
O branqueamento de corais é um dos principais problemas atuais relacionados à morte dos oceanos, pois são organismos extremamente importantes para a vida marinha em geral. A principal causa da morte desses indivíduos é o aumento exagerado de temperaturas, que vem batendo recordes todos os anos. Por conta disso, a quarta onda de branqueamento em massa de corais está acontecendo, segundo a agência de Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês). Esta onda está ocorrendo desde fevereiro de 2023 até os dias atuais nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico.
A coloração esbranquiçada está relacionada às doenças e, também, à decomposição dos organismos já mortos. As doenças são estudadas desde a década de 1980 por diversos especialistas, afetando e dizimando cerca de 40% de todos os recifes coralíneos do planeta; são elas: necrose, praga branca e o próprio branqueamento e na grande maioria dos casos, estão relacionadas tanto às altas temperaturas dos oceanos quanto à poluição gasosa absorvida pelos oceanos, causada pela queima de petróleo e carvão. Além disso, a quantidade de matéria orgânica presente na água também aumenta, o que influencia diretamente no desenvolvimento de bactérias extremamente prejudiciais aos corais.
As mudanças climáticas são um dos principais fatores relacionados às doenças em corais. Fenômenos naturais como, por exemplo, o El Niño, estão tornando-se cada vez mais intensos e prolongados, o que também vem influenciando diretamente na saúde dos corais. Este fenômeno é responsável por aumentar de maneira anormal a temperatura dos oceanos, chegando a até 3ºC acima da média usual. Com isso, caso a água esteja 1ºC acima do normal, os corais aguentam por até dois meses. No entanto, se ela subir para 2ºC, no máximo um mês de vida; por fim, chegando a 3ºC, a grande maioria dos corais morre em cerca de poucos dias. Os corais conseguem recuperar-se de um estresse térmico caso não tenham morrido, todavia muitos anos sem aumentos de temperatura serão necessários.
Com a morte dos recifes de coral, uma em cada quatro espécies marinhas que vivem ou passam parte da vida, como a grande maioria de peixes (65%), moluscos, algas e crustáceos, serão diretamente afetadas, podendo sofrer uma redução populacional gigantesca ou, até mesmo, serem extintas. Também existe um viés econômico e turístico voltado aos recifes, visto que as pessoas ficam admiradas com as cores e diversidades morfológicas desses indivíduos tão singulares.
A conservação dos corais é extremamente importante e necessária para que a vida marinha continue saudável e vasta, sem prejudicar desenvolvimento de nenhuma espécie que se beneficie dos recifes em sua vida. Além disso, a emissão de gases tóxicos na atmosfera precisa reduzir, visto que estes influenciam diretamente nas altas temperaturas dos oceanos, além de poluírem os mesmos. Com esta redução, também, efeitos climáticos comuns voltarão ao seu tempo de duração e intensidade usuais, como é o caso do El Niño.
Luís Antônio
REFERÊNCIAS
BBCBrasil.com | Articles | Nova onda global de branqueamento de corais é sinal da morte dos oceanos?. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/articles/cq5n9r1e0ljo>. Acesso em 21/04/2024.
FAPERJ | Cientistas avaliam doenças que afetam os corais. Disponível em: <https://siteantigo.faperj.br/?id=1721.2.7>. Acesso em: 21/04/2024.
WWF | Novo episódio de branqueamento massivo de corais afeta recifes brasileiros. Disponível em: <https://www.wwf.org.br/?88280/Novo-episodio-de-branqueamento-massivo-de-corais-afeta-recifes-brasileiros>. Acesso em: 24/04/2024.