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Microscópio
PLÂNCTON

O que é o plâncton?

     O plâncton é formado por seres microscópicos que abrigam os ambientes aquáticos, sejam eles de água doce ou marinho, como os oceanos, rios, lagoas e represas. Por serem minúsculos, não conseguimos visualizá-los a olho nu, então é necessário utilizar um microscópio ótico ou uma lupa para a observação.

     Devido ao tamanho diminuto e por habitarem na água, acabam vivendo suspensos e sendo levados pela “correnteza”, por mais que muitos deles tenham alguma forma de locomoção (como flagelos, patas e antenas utilizadas para a natação). O termo plâncton é um termo geral para se referir a todos esses seres microscópicos, mas eles são separados entre os fotossintetizantes, que assim como as plantas terrestres, possuem cloroplastos (parte da planta que converte CO2 em O2 e possui clorofila, o pigmento que dá a cor verde) e fazem fotossíntese, e os pequenos animais, como crustáceos e larvas de inseto.

     Como habitam todos os tipos de ambientes aquáticos, são organismos encontrados com frequência na água da Represa Municipal e você pode vê-los nos videos abaixo que foram gravados por meio de um microscópio.

Aqui você pode ver um pequeno crustáceo, conhecido como "pulga d'água" (esquerda) e também um tipo de alga (direita)

Fonte: robert zottoli_Vimeo

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

Agora vamos explorar um pouquinho mais sobre alguns destes seres 

     Para o grupo de fotossintetizantes, damos o nome de fitoplâncton, que é composto por algas e cianobactérias. Por possuírem cloroplastos, acabam produzindo seu próprio alimento e por isso, os denominamos de autótrofos.

     As algas são consideradas como plantas inferiores, porque não possuem a complexidade de uma planta terrestre, como folhas, caule e raiz. Mas mesmo sem complexidade, fazem fotossíntese. Já as cianobactérias, que também são chamadas de algas azuis, fazem fotossíntese pela presença de outro pigmento (diferente da clorofila), portanto os cloroplastos estão ausentes. Por isso, são denominadas de cianobactérias, o “ciano” possui relação com sua cor, que remete a cor verde-água.

     Tanto as algas, como as cianobactérias, podem ser encontradas sozinhas ou aglomeradas, para os aglomerado damos o nome de colônia.

 

Veja o registro de algumas algas formando colônias

 

 

 

 

 

 

     

     

 

 

Os principais representantes do fitoplâncton na represa são as cianobactérias e Volvox sp.

Fitoplâncton

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

Cianobactérias

     São algas que podem formam colônias, e como já vimos, possuem uma cor parecida com “verde-água”. A importância dos estudos dessas algas e uma possível explicação para comporem em massa as água da Represa Municipal se dá pela reprodução delas ser maior em concentrações altas de nitrogênio e fósforo e em temperaturas maiores. O aumento da concentração desses nutrientes (nitrogênio e fósforo) se dá pelo despejo de esgotos domésticos, industriais e da agricultura.           Na Represa, mesmo que não ocorra o despejo direto de esgoto, a água proveniente das chuvas acaba levando o lixo que se encontra nas ruas da cidade, provocando um aumento indireto.​ (Abordamos um pouco sobre isso no neste museu)

Com um ambiente repleto de alimento para essas algas e com o aquecimento global, elas encontram o lugar perfeito para se reproduzirem, é o que chamamos de bloom de cianobactérias.

Quando isso ocorre, a água fica esverdeada, devido a reprodução desenfreada dessas algas, e consequentemente, a transparência da água fica menor. Com uma menor transparência, a água fica com pouco oxigênio levando à morte de peixes e outros seres vivos que vivem ali.      

     Além de inibir a oxigenação das águas, essas algas produzem substâncias altamente tóxicas que alteram a cor e o gosto da água. Tais toxinas podem ser prejudiciais para a vida humana e para outros animais que tomam essa água (como as capivaras e gatos que vivem na represa). Portanto, a presença desses organismos na água é caracterizada como um problema ambiental e de saúde pública.

Abaixo vemos um vídeo ilustrativo:

Fonte:PITB_Vimeo

Volvox sp.

       Volvox é um gênero de algas de água doce, que assim como as cianobactérias, formam colônias. As colônias dessas algas são grandes, ocas e esféricas. As algas ficam posicionadas em uma única camada, formando as bordas e são unidas com um tipo de gelatina, que elas mesmas produzem para que possam ficam unidas.

       Diferentemente das cianobactérias, as algas possuem um flagelo, que tem uma função similar a uma nadadeira dos peixes (mas uma estrutura muito diferente), que promove movimentação. Ele fica para o lado externo da colônia, o que provém movimento a todo o aglomerado. Por isso, é muito comum vê-las girando graciosamente! Como você pode ver no vídeo ao lado.

     Assim como as cianobactérias, elas aumentam sua reprodução com o aumento de nutrientes na água, por isso são utilizadas como indicadores da qualidade da água. 

Fonte:Sinclair Stammers_Vimeo

Zooplâncton

     Para o grupo do plâncton composto por pequenos animais nomeia-se de zooplâncton. É um grupo com organismos muitos diversificados, mas os principais encontrados na represa são rotíferos, copépodos e cladóceros. Copépodos e cladóceros são classificados como microcrustáceos e são parentes dos crustáceos que conhecemos como o caranguejo, camarão e a lagosta, só que em tamanho muito mais diminuto que seus primos.

Veja alguns dos organismos encontrados na represa

Rotíferos

     Os rotíferos formam um grupo de animais pequenos (os menores do reino animal). Seu tamanho varia entre 0,1-0,5 mm de comprimento, sendo que, o formato do corpo tende a ser alongado e cíclico. Apesar do corpo diminuto, possuem órgãos especializados e um tubo digestivo completo.

     O nome vem do latim, sendo que, “rota” equivale a roda e “fera” a transporte, isso se dá pela presença de uma coroa de cílios que rodeia a boca desses animais. Ela tem como função movimentar a água, criando uma corrente de água para promover a captação de comida. Assim vemos o esforço desses animais para a alimentação,sendo eles classificados como heterótrofos (não produzem o próprio alimento).

     

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

   Sua alimentação consiste em algas, bactérias e materiais suspensos na água, podendo ser classificados como filtradores, mas algumas espécies são predadoras e outras parasitas.

    Diferente dos integrantes do fitoplâncton, os rotíferos são transparentes, e por isso, conseguimos observar alguns de seus órgãos e sistemas internos.

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

Copépodos

     Os copépodos são microcrustáceos e tem uma aparência de “lagosta” quando visto na lupa ou microscópio. A sua grande maioria tem um comprimento variando de 1 a 5 mm de comprimento (bem maiores que os rotíferos), são organismos muito fortes e conseguem abrigar qualquer ambiente aquático, até mesmo terras úmidas.

     A extremidade anterior arredondada é sinalizada um único olho mediano, consideramos essa parte a cabeça do animal. O restante do seu corpo possui segmentos, que são constituídos por apêndices que são utilizados na natação, alimentação e reprodução. Os primeiros apêndices alongados, que ficam perto do olho, são as antenas e são utilizadas para natação, como se fossem “remos”.     

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

Cladóceros

     Os cladóceros são conhecidos também como “pulgas d’água”, porque sua natação na água se assemelha a pulinhos. Assim como os copépodos, são microcrustáceos com um tamanho variando de 0,2-6mm.

     Possuem um único olho na região da cabeça e suas antenas também são modificadas para a natação. Sendo assim, se diferenciam no formato do corpo dos copépodos, porque nesses organismos não conseguimos ver um corpo segmentado, e sim, uma carapaça que abriga os órgãos e as patas.   

     Nesses organismos temos a diferenciação entre macho e fêmea, sendo que, a fêmea carrega os ovos em uma bolsa na região anterior (oposta a cabeça), chamada de saco ovígero. O desenvolvimento desses indivíduos é indireto, então a partir dos ovos é desenvolvido uma larva, chamada de larva náuplio. Ela se alimenta e se desenvolve em um copépodo adulto, e quando observada nos estágios de desenvolvimento, parece que estamos observando uma pequena aranha ou um piolho.

       Esses organismos apresentam quatros tipos de dieta, sendo estas herbívoros, onívoros, carnívoros ou detritívoros. Os herbívoros e onívoros normalmente são filtradores, e come tudo o que está suspenso na água, sejam bactérias, algas ou pequenos animais

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

 A grande maioria dos cladóceros são fêmeas e se reproduzem por partenogênese, um tipo de reprodução que consiste em gerar clones. Os ovos clonados são levados nas “costas” dos organismos, se desenvolvem ali, e quando atingem o estágio de maturação necessária são liberados no meio pela mãe. Os cladóceros não precisam de machos para gerar descendentes, mas em situações de crises, na qual existe um estresse ambiental muito grande, as fêmea são capazes de gerar um macho para fecundação e desenvolver uma prole diferente que possa suportar o estresse ambiental.

     Com relação a alimentação, esse grupo é em sua grande maioria herbívoros filtradores, se alimentando do fitoplâncton que se encontra suspenso na água, conforme ilustrado na imagem ao lado. 

Fonte: Acervo Laboratório de Ecologia de Zooplâncton

Quer saber algumas curiosidades sobre estes seres?

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